A guerreira Cassiopéia está à espreita, vigiando em silêncio sua próxima vítima, ela travará uma batalha feroz até a morte. Seu alvo: aquele jornaleiro da esquina que teve a audácia de olhar sua bunda e chamá-la de “delícia” na frente dos outros clientes, enquanto ela comprava o último exemplar de Conan, o Bárbaro.
Cassiopéia invoca a força das 50 ninfas do mar, pedindo sabedoria na hora da batalha. Respira fundo:
- Por favor, o senhor pode me ver o último gibi dos X-Men?
- Claro gracinha! Pra você qualquer coisa!
Uma onda de ódio percorre o seu corpo e Cassiopéia visualiza facilmente a aniquilação daquele ser desprezível, imagina-se retirando uma enorme espada prateada da bainha e, num movimento mais rápido do que a própria sombra, corta a língua do infeliz, “Assim você aprende a não falar bobagens para outras mulheres”, ao virar as costas, as pessoas aplaudiriam sua performance de justiceira implacável.
Cassiopéia pega o gibi e ao virar-se para ir embora, ouve do jornaleiro a frase:
- Nossa, a nora que mamãe pediu a Deus!
O tremor no corpo de nossa guerreira é quase que incontrolável, o esforço necessário para manter a cabeça fria é tremendo, no entanto, contando as moedinhas do troco, Cassiopéia verifica para sua felicidade, que a quantia está errada:
- O troco está errado, o senhor me deu a mais!
- Nossa, uma pessoa honesta nesse mundo! Que raridade!
- Só que eu não lhe devolverei o troco, pegarei para mim como uma pequena consolação pelas atrocidades que sofri neste local e, a partir de amanhã, irei ao jornaleiro da próxima rua, já que ele é um cavalheiro, ao contrário do senhor.
(Silêncio)
O jornaleiro fica sem reação e Cassiopéia deixa o local, triunfante.
Mais uma vez a justiça foi feita, graças a nossa heroína!
D.A.
Believer
Há um ano

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