A nova secretária entrou mascando chiclete de forma a fazer um barulho alto:
- Dr. César, um tal de Dr. Márcio Freitas pediu pro senhor ligar pra ele o quanto antes, parece ser algo sobre a filha dele…
Ele parou e deu uma boa olhada nela. Linda, jovem, cinturinha fina, pernas, bunda e sorrisinho de garota metida, o pacote completo.
- Bom dia! Qual seu nome princesa? – Ele já estava babando.
- Ana. Meu nome é Ana doutor.
Ele se surpreendeu pela simplicidade do nome, ultimamente as meninas têm todas nomes estranhos com pretensão de internacionalidade, como Daiane, Kelly e outras coisas horrorosas.
- Ana você caiu do céu!
Ela fez cara de desdém:
- Ah claro, é o que dizem. – Virou a folha do bloquinho de notas feito com papel cor-de-rosa, coisas da antiga secretária, uma bonequinha meia patricinha, meia ninfomaníaca, que o Dr. César se gabava com os amigos de ter comido várias e várias vezes.
- Chegue mais perto Ana, eu não mordo.
Ela fez cara de tédio e se aproximou fazendo ainda mais barulho com o mascar do chiclete.
- Também sua esposa, pediu para que o senhor chegue para o jantar às 07:00 horas, pois seu sogro e sua sogra estarão lá em visita…
Aquilo quase destruiu qualquer possibilidade de ereção pelo resto do dia, mas ele decidiu não se abalar. Levantou e rodou em volta da secretária, sem tirar o olho de suas curvas e aproveitando para perceber o perfume que ele usava. O perfume diz muito sobre a mulher, ele pensava.
Nada de perfume, somente creme corporal, ele sabe o que significa e nem lembra mais dos sogros e do jantar.
- Quantos anos você tem Ana? Dezesseis?
Ela olha para ele como uma professora para o aluno barulhento e atrasado da turma.
- Vinte e um Dr. César, você se lembra de ter me entrevistado para a vaga?
Ela joga o bloquinho cor-de-rosa em cima da mesa e cruza os braços.
Ele acha que é um sinal, o momento certo. A oportunidade! Puxa-a por trás, pela cintura, fazendo-a arquear as costas, empinando a bunda e apoiando as mãos na mesa numa cena irresistível. Ele começa a abrir o cinto da calça em êxtase, quando ela diz:
- Ora ora por favor, eu não vou trepar com o senhor Dr. César! – uma leve risadinha escapa de seus lábios - Leia o resto dos recados sozinho pra num ficar tendo idéias… Eu saio pro almoço às 12 horas em ponto e faço uma hora e meia, entendeu? Uma hora e meia. Não me peça explicações por que não dou. Não trabalho aos fins-de-semana sob nenhuma condição e emendo todos os feriados.
Ela rapidamente foi até a porta, mas saindo da sala ainda falou:
- Ah! E uso as roupas que eu quiser!
Fechou a porta.
Dr. César sentou na cadeira, o cinto solto e uma leve falta de ar.
A essa altura, ele já estava apaixonado por ela.
Believer
Há um ano

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